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PF prende para extradição boliviana investigada por desastre aéreo com time da Chapecoense

  • Foto do escritor: tremdopantanal
    tremdopantanal
  • 24 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

24 de setembro de 2021.


A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira, 23 de setembro, Celia Castedo Monasterio, ex-funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia.


Conforme a PF, as investigações apontam que ela, foragida boliviana, foi responsável pela análise e aprovação do plano de voo do avião, que em novembro de 2016, por volta das 22h57, caiu ao se aproximar do aeroporto internacional José Maria Cordova, em Rio Negro, a poucos quilômetros da cidade de Medelín, na Colômbia.


71 pessoas morreram na queda da aeronave que transportava a equipe de futebol masculina Chapecoense que iria disputar o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana daquele ano.


"A boliviana era especialista em segurança de voo e, na ocasião, teria deixado, fraudulentamente, de observar os requisitos procedimentais mínimos para a aprovação do plano de voo da aeronave, eis que no programa apresentado, a autonomia de voo não era adequada para a viagem", diz a Polícia Federal em nota.


A estrangeira teve o pedido de refúgio renovado em dezembro de 2019 e morava em Corumbá. A reportagem apurou junto a uma fonte que, no governo de Jeanine Àñez, após a queda de Evo Morales, também em 2019, Célia retornou para a Bolívia, sendo assim, a perseguição alegada para o pedido de refúgio teria perdido efeito. Com o novo governo, de Luis Arce, do partido de Evo Morales, ela voltou para a cidade brasileira.


A estrangeira ainda permanecerá em Corumbá, onde aguardará os trâmites legais para que seja entregue às autoridades bolivianas.


O advogado José Carlos dos Santos respondeu ao Diário Corumbaense que está tomando conhecimento da situação de Celia. "Designamos um colega que está fazendo o acompanhamento do caso", afirmou.


Entenda


Celia Castedo vivia em Corumbá desde dezembro de 2016, quando teve o pedido de refúgio aceito pela Justiça brasileira, após justificar que na Bolívia passou a ser perseguida após declarações sobre o acidente.


Ela afirmou que o voo não deveria ter saído, pois, como inspetora, teria alertado, mas depois de uma ordem superior da Direção Geral de Aeronáutica Civil, o avião foi liberado para seguir viagem para a Colômbia.


O plano de voo do avião apresentado pela companhia LaMia no aeroporto de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, de onde partiu a aeronave, teria tido pelo menos quatro pontos questionados pela funcionária responsável por verificar o documento. Entre eles, a autonomia do voo, já que houve preocupação de que a quantidade de combustível na aeronave não fosse suficiente para cumprir o trajeto até Medellín.


As regras internacionais de aviação exigem que o avião disponha de combustível para pelo menos meia hora a mais do que o tempo previsto no trajeto, porque pode haver necessidade de que a aeronave procure outro aeroporto ou fique à espera de liberação de pista para aterrissar. Depois de relatar seus questionamentos, a funcionária teria passado o documento para os controladores de voo. Não se sabe por que, mesmo com as dúvidas, a viagem foi autorizada.


A Aasana enviou ao Ministério Público boliviano notícia-crime contra Celia Castedo por "não cumprimento de deveres" e "atentado contra a segurança dos transportes". Ela foi suspensa de suas funções por suspeita de negligência no dia 1º de dezembro e, então, veio para Corumbá e pediu refúgio.


O refúgio é uma proteção legal que o Brasil oferece a cidadãos de outros países que estejam sofrendo perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, ou ainda, que estejam sujeitos, em seu país, a grave e generalizada violação de direitos humanos.


FONTE: DIÁRIO CORUMBAENSE

 
 

Trem do Pantanal

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